O restaurante Vesúvio, no Centro de Ilhéus, é um dos espaços nos quais se passa a história do livro Gabriela Cravo e Canela, de Jorge Amado. Criado no início do século XX, o estabelecimento teve vários donos. No universo ficcional do escritor baiano, o proprietário era o turco Nacib, que contratou a retirante sergipana Gabriela para fazer os quitutes e por quem se apaixonou. Como a vida imita a arte ou vice versa, um dos pratos muito elogiados pelos frequentadores do Vesúvio no livro era o quibe, e, de fato, o quibe do Vesúvio é tão bom que eu acho que nunca mais comerei outro por saber que nunca será igual.

Na Ilhéus da década de 20, período no qual se passa a história do livro Gabriela Cravo e Canela, o dono do Vesúvio era Emílio Maron e sua esposa era Lourdes Maron. Segundo moradores da região, ela era uma cozinheira de referência na localidade. Tudo indica que Jorge Amado tenha se inspirado no casal para criar Gabriela e Nacib, mas conforme me disseram os moradores, essa associação nunca foi bem vinda pela família Maron diante da imagem de Gabriela, que contrasta com aquilo que defendia a sociedade conservadora da época. Vale lembrar que a protagonista do livro era uma mulher bastante livre, que se “amasiou” com o turco, se sentiu aprisionada quando casou com ele no civil, se recusava a se vestir como as mulheres da sociedade ilheense, etc.

Fachada do Vesúvio. Foto: Elaine Dal Gobbo

O restaurante fica ao lado da Catedral. É um estabelecimento que considero muito bonito, com diversos quadros com fotos lindas de Ilhéus e lustres charmosíssimos. O cardápio conta com pratos feitos, mas também há opção de self service, com preço nada módico: R$ 85,00 o quilo. As opções são muitíssimo variadas, muito mesmo! Às quartas, o buffet é voltado para a culinária árabe. A culinária árabe, bem como outras opções, também consta no cardápio que não faz parte do self service, com, por exemplo, pastéis e antepastos árabes.

Self Service. Foto: Elaine Dal Gobbo

Do lado de fora do Vesúvio, bem na frente, há a famosa estátua de Jorge Amado, muito requisitada pelos turistas, que vivem tirado foto nela. Eu, como fã do autor, fiz o mesmo. A imagem que tinha dela era de uma estátua colorida, com aquelas camisas coloridíssimas, como as que o escritor usava. A recepcionista do Vesúvio falou que de fato a estátua era outra, mas a prefeitura pediu para retirar, assim como as mesas e cadeiras, para deixar a calçada mais livre.

Estátua de Jorge Amado. Foto: pessoa solícita que tirou a foto para a autora

Também há uma estátua semelhante do escritor no Vesúvio Praia. Sim, há outro Vesúvio, que fica de frente para o mar, e eu descobri somente ao pesquisar sobre a cidade em preparação para a viagem. Tem uma linda vista para a praia, um ambiente bastante clean, mas prefiro o do Centro de Ilhéus pela sua importância histórica e decoração, digamos assim, mais “clássica”. A do Vesúvio Praia é mais moderna. Quanto ao cardápio, o Vesúvio Praia conta com pratos feitos, não havendo self service.